Segundo um estudo realizado pela OMS em 2019, o suicídio mata mais que HIV, malária e câncer de mama. Este é considerado um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade, mas que pode ser tratado de maneira eficaz.
Diferentemente do que se pensa, não são apenas os psicólogos e psiquiatras que atuam no combate a este mal. Como forma de contribuir com as pautas levantadas no Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, preparamos um conteúdo especial que ressalta a importância de todos os médicos e profissionais da saúde nesta luta. Precisamos conversar sobre a relevância de cada um no processo de olhar para a vida com esperança e razões para acreditar em dias melhores.
Uma questão de saúde pública
Por mais que em 2006 o governo brasileiro, juntamente à OMS, tenha reconhecido a gravidade do problema e procurado soluções para assegurar atendimentos a quem corre risco de suicídio, segundo a própria Organização Mundial da Saúde, o maior impeditivo que cria grandes barreiras entre o diálogo sobre o assunto e quem precisa de auxílio é o medo de falar sobre a morte. Por conta disso, qualquer oportunidade de tratar essas questões deve ser aproveitada, pois uma simples palavra ou ato pode mudar o destino de alguém. Também é muito importante reconhecer a importância governamental de investir em treinamentos e orientações para que os profissionais da saúde saibam como lidar com pessoas em risco de suicídio.
Quem trabalha em pronto-socorro é preparado para lidar com emergências aparentemente graves. O problema é que a tendência ao suicídio também é uma questão muito preocupante, porém, que se desenvolve de maneira silenciosa ao ponto de ser causa de 800 mil mortes em apenas em um ano. Além do incentivo a solidárias ações de valorização à vida ao redor do Brasil, também é necessário promover espaços para lidar com a questão em lugares públicos e, principalmente, dedicados à saúde.
Por que os profissionais da saúde atuam diretamente nesse processo?
Independentemente da época do ano, é sempre importante valorizar a vida, a jornada do nosso próximo e incentivar a busca por auxílio. Sendo assim, muitos hospitais, centros de saúde e unidades de pronto-atendimento podem ser procurados por quem pensa em atentar contra a própria vida e não sabe exatamente onde buscar assistência, ou, esses locais podem receber casos de tentativa de suicídio. Vale lembrar que alguém nesta condição geralmente está passando por profundo sofrimento e a alternativa escolhida para lidar com a dor foi uma última esperança de encontrar alívio.
Neste momento, devemos reconhecer a importância do tratamento humanizado por parte dos médicos e enfermeiros direcionado aos pacientes em risco de suicídio. O sentimento de acolhimento e não julgamento pode salvar a vida do nosso próximo. Assim, o atendimento recebido nas recepções e triagens também conta!
Como lidar com um paciente que considera cometer suicídio?
Alguém que pensa em atentar contra a própria vida está gravemente doente. Esta é uma questão complexa pois, assim como a depressão ou muitas vezes sendo consequência dela, o suicídio pode não ter uma causa definida. Por isso, sabemos que não existe uma fórmula perfeita para lidar com alguém que passa por essa situação. Mas, existem algumas ações que podem prevenir o pior:
1 – Fique de olho nos primeiros sinais
A ideia de cometer suicídio na maioria dos casos surge sutilmente. Geralmente, ideias que levam a pensar que seria melhor não estar vivo começam a aparecer e, conforme o tempo passa, os pensamentos se tornam mais concretos e evidentes, com a verbalização de alternativas para realizar o ato.
2 – Fale sobre o assunto sempre que necessário
Quando você reconhecer algum dos sinais anteriores em pacientes ou pessoas próximas, fale sobre o assunto. Lidar com essa questão abertamente pode trazer esclarecimentos e alívio a dores e perturbações que esses tipos de pensamentos obsessivos podem causar.
3 – Tente não julgar
Este é um assunto que pode ser constrangedor e muito delicado para quem pensa em tirar a própria vida. Tentar manter uma conversa acolhedora sobre suicídio e evitar falas que demonstrem pré-julgamentos pode ser o primeiro passo de incentivo a cuidar da saúde mental.
4 – Incentive o tratamento. Ele é indispensável!
Caso você perceba que conseguiu conquistar a confiança de quem pensa em cometer suicídio, incentive o tratamento. Na maioria dos casos, a prescrição de medicamentos é necessária e apenas um psiquiatra poderá realizar essa avaliação.
Toda vida é importante
Nós da CallMed valorizamos todas as vidas e lutamos para que nossos médicos sejam humanos, dedicados e respeitosos com cada vida. Desejamos muita força a todo o profissional da saúde que reconhece sua importância nesta luta.