É possível que ao longo dos 9 meses de gestação aconteça alguma situação que requer anestesia ou até cirurgia. Pode ser desde uma simples extração dentária ou uma cirurgia para retirada do apêndice. A decisão de fazer uma cirurgia durante a gravidez pode ser difícil, afinal, estamos falando de dois pacientes.
A boa notícia é que, na grande maioria dos casos em que a cirurgia durante a gravidez não pode ser evitada, as mães e seus bebês tendem a ter bons resultados.
Mas, e durante o parto? Esse momento tão aguardado também traz uma infinidade de perguntas e aquela ansiedade generalizada devido ao temor do desconhecido. Será que vai doer muito? Será que a anestesia faz mal para o bebê?
A analgesia, hoje, é um direito da mulher e o médico anestesiologista exerce um papel fundamental neste momento tão especial. Continue a leitura abaixo e entenda sobre a aplicação das anestesias durante o trabalho de parto e como elas funcionam, bem como as maiores dúvidas em torno do assunto.
A anestesia pode causar riscos à mãe e o bebê?
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, o parto não é diferente e o mesmo se aplica para as anestesias. O preparo para a analgesia deve ser criterioso, incluindo uma avaliação completa da gestante – seu histórico de saúde, mapeamento de doenças pré-existentes que possam interferir na ministração das dosagens. É por isso que uma consulta pré-anestésica é extremamente importante.
As técnicas analgésicas, quando em conformidade com critérios de segurança, raramente produzem efeitos no bebê. Algumas ocorrências que podem ser notadas após o parto, mas que rapidamente se normalizam, é um pouco de sonolência na criança, já que uma fração da medicação pode ser passada para o recém-nascido através da circulação placentária.
Tipos de anestesia durante o parto
Seja parto normal ou cesárea, a analgesia de parto, consiste na redução da dor, sem prejudicar os movimentos da mulher e a progressão do trabalho de parto. A ideia é que a parturiente não tenha alterações na consciência, podendo interagir com a equipe médica. Ela pode ser aplicada de duas formas, combinada ou isolada:
Peridural – uma punção é feita nas costas e, após a pele ser anestesiada, a agulha é inserida numa região chamada espaço peridural. Após a aplicação, a parturiente tem uma redução significativa das dores das contrações, porém, continua tendo a percepção sobre elas.
Raqui – mais comum em cesária, mas também indicada para gestantes que estão sentindo muita dor, pois proporciona alívio mais rápido. O medicamento é aplicado na região lombar. Dessa forma, os nervos que passam por essa região não transmitem os estímulos nervosos para o cérebro.
Duplo Bloqueio – é a combinação da raquidiana que alivia a dor (mas não totalmente) e a peridural.
Tanto a raquianestesia quanto a peridural são anestesias do tipo local. A Anestesia Geral não pode ser descartada, porém, é usada apenas em casos emergenciais. Na anestesia geral, a parturiente permanece desacordada. Não que ela seja contra-indicada, mas apenas o temor pela dor não é requisito para optar por esse tipo de anestesia, já que é uma intervenção mais complexa e também pelo fato da mãe acabar perdendo o momento do nascimento do bebê por estar inconsciente.
A anestesia prejudica a amamentação?
Conforme mencionamos acima, uma porcentagem muito baixa da medicação passa para o leite materno. Assim, atualmente, é recomendado que a mamãe possa amamentar mesmo após a anestesia, caso esteja em condições para tanto – consciente, sem náusea e sem dor.
A amamentação deve ser estimulada nas primeiras horas depois do nascimento, sendo um importante momento para estreitar o vínculo entre mãe e bebê.
Vale lembrar que o médico obstetra é o profissional mais indicado para orientar e tirar todas as dúvidas e a escolha do tipo de anestesia deve ser feita em conjunto com o seu médico.
Outros procedimentos durante a gravidez
Recomenda-se que cirurgias devem ser evitadas durante a gravidez devido aos níveis de estresse que isso trará à futura mamãe e ao feto. Por isso, aquelas que são consideradas eletivas podem ser marcadas para depois do parto, principalmente quando não influenciam diretamente a saúde da mulher, como as estéticas. Mas quando não se pode esperar, obstetras colaboram com equipes cirúrgicas e anestésicas para minimizar os riscos. O efeito da sedação, tanto na mãe, quanto no bebê, acaba horas depois do procedimento e a quantidade de anestésico, bem como o tipo pode ser definido com base no histórico da paciente.
Muitas dúvidas também surgem quando se refere ao dentista.Parturientes não só podem como devem manter sua rotina e acompanhamento odontológico sem receio algum. As anestesias são locais, sensibilizando apenas a região afetada. Diversas pesquisas, como um estudo realizado pelo Incor (Instituto do Coração), apontam que uma má higiene bucal pode desencadear o surgimento de doenças cardiovasculares. Isso sem contar a possibilidade das enfermidades gengivais afetarem a gestação.
Aqui na CallMed, a anestesia é um assunto levado muito a sério. Se você está procurando por anestesistas preparados para atender as demandas hospitalares e/ou clínicas, fale com a gente!