Durante as duas últimas décadas, a obesidade se tornou um grave problema de saúde global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. E esse número continuará aumentando: até 2025, cerca de 167 milhões de pessoas estarão acima do peso.
Aqui no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que a doença atingiu um dos maiores níveis dos últimos anos em 2021: pelo menos 22,4% dos adultos são obesos no país.
Neste Dia Mundial da Obesidade, trazemos uma reflexão: pacientes com esse distúrbio enfrentam fatores de risco durante procedimentos cirúrgicos que utilizam anestesias?
Continue lendo este artigo e entenda melhor sobre o tema!
Por dentro do assunto: o que é obesidade?
Obesidade não é aquilo que vemos no espelho ou medimos na balança. Ela é uma doença crônica, definida pela OMS como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. Ela é determinada pelo cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e o resultado revela se o seu peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado.
Apesar de existirem diferentes causas para essa condição médica, a principal delas é o desequilíbrio entre a energia que entra em forma de alimento e o que é gasto pelo corpo nas atividades diárias.
Além disso, a obesidade pode acontecer devido a outras doenças ou condições de saúde que levam a tal desequilíbrio, como diabetes tipo 2 ou hipotireoidismo. O sedentarismo, inclusive, é o segundo fator que contribui para a obesidade.
Entendendo quais são os riscos anestésicos em pacientes com obesidade
Pessoas com obesidade enfrentam problemas que prejudicam a maioria dos sistemas do corpo. Ela pode atingir o coração, fígado, rins, articulações e até mesmo o sistema reprodutivo.
Por ser uma doença, a obesidade é um fator de risco para os pacientes que necessitam de intervenções cirúrgicas com anestesia. Entenda, abaixo, um pouco melhor quais são esses riscos anestésicos.
Riscos para o sistema respiratório
Pessoas obesas costumam ter mais dificuldade para respirar. Por isso, sofrem com problemas como obstrução das vias aéreas e apnéia do sono.
Pacientes com essa comorbidade de peso geralmente têm ventilação difícil, uma vez que existe um alto volume de gordura na região do pescoço. Ao passarem por intervenções que necessitam de anestesia, é importante verificar se o paciente tem garantia de conseguir respirar profundamente e sem problemas. A parte de trás da garganta oferece pouco espaço disponível, por isso a intubação pode ser dificultada.
O risco da anestesia em pacientes obesos também pode influenciar na recuperação, quando ele tem mais chances de desenvolver infecções de pulmão e complicações do órgão após a anestesia.
Riscos para o sistema cardiovascular
Quando falamos sobre os riscos anestésicos em pessoas obesas, devemos pensar no sistema cardiovascular.
A obesidade sobrecarrega o coração, já que é necessário fazer mais esforço para bombear oxigênio para todo o corpo. Por isso, problemas cardíacos e doenças renais são mais comuns nesses pacientes.
A manifestação de infarto, hipertensão, falta de oxigenação, trombose e outros problemas são maiores em pessoas acima do peso e a anestesia pode influenciar nisso. Por isso, qualquer distúrbio relacionado ao sistema cardiovascular deve estar bem controlado antes da cirurgia. Isso ajuda a reduzir os riscos potenciais.
Riscos para o sistema gastrointestinal
Pessoas com obesidade são mais propensas a desenvolver azia – quando o ácido gástrico do estômago sobe em direção à garganta. Com isso, existe um risco maior de que os conteúdos estomacais transbordem para os pulmões durante a anestesia.
Risco anestésico em pessoas obesas grávidas
Mulheres grávidas obesas também enfrentam riscos durante um procedimento que necessita de anestesia.
A doença está frequentemente associada a outras comorbidades, como hipertensão e diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e maior incidência de cesariana. Todas essas condições podem ser evidenciadas durante a aplicação de anestesias para o parto.
É seguro pacientes obesos fazerem cirurgias com anestesia geral ou local?
A anestesia moderna – seja ela geral ou local – é muito segura. Os médicos anestesistas estão preparados para lidar com qualquer tipo de comorbidade, inclusive com a obesidade.
É importante lembrar que antes de agendar o procedimento cirúrgico, o médico fará um acompanhamento do quadro clínico do paciente. Isso ajuda a reduzir os riscos envolvidos ao aplicar qualquer tipo de anestesia.
Como reduzir os riscos da anestesia em pacientes obesos?
Mesmo que as anestesias sejam seguras e que os médicos anestesistas estejam capacitados para trabalhar em diferentes cenários, é natural que existam riscos. Entretanto, eles podem ser minimizados com a adoção de algumas medidas.
Em situações nas quais a anestesia geral ofereça um quadro de alto risco para o paciente, a anestesia local é a mais usada. Elas também diminuem os riscos de trombose, pois permite uma movimentação mais rápida após a cirurgia.
Em cirurgias planejadas com antecedência, o médico pode orientar que pacientes obesos melhorem seu estilo de vida, pois isso não apenas diminui as suas probabilidades de complicações durante o procedimento, como aceleram a recuperação.
A perda de peso e a prática de exercícios físicos são fundamentais para ajudar a transformar os hábitos e rotinas das pessoas obesas antes de passar por cirurgias com anestesia.
Profissionais capacitados são fundamentais em cirurgias de sucesso
Qualquer cirurgia oferece riscos ao paciente, por melhor que seja sua saúde. Entretanto, ao contar com profissionais preparados e capacitados, os pacientes podem ter ainda mais confiança na hora de entrar na sala de cirurgia.
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